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CARREIRA - Por que cada vez mais profissionais evitam cargos de liderança?

Publicada em 18 de abril de 2022

Há quem imagine que uma promoção no trabalho é o foco de dez a cada dez profissionais. Mas não é bem assim. De acordo com a pesquisa "Perspectivas Sobre os Desafios do Pipeline de Liderança", realizada pela Robert Half em parceria com o Insper, são vários os fatores que podem contribuir para que muitos colaboradores nem pensem em alcançar cargos de liderança.

O levantamento avaliou quais são as principais preocupações dos profissionais relacionadas a mudanças de cargo, e como estas se transformam ao longo do tempo, de acordo com a posição do colaborador na hierarquia da empresa.

“É comum discutirmos os benefícios de crescer profissionalmente, mas falamos bem menos sobre os os custos associados a essa evolução”, afirma Tatiana Iwai, professora e pesquisadora de comportamento organizacional e liderança no Insper. 

A pesquisa, que ouviu 587 profissionais de companhias privadas em outubro de 2021, dividiu os receios sobre promoção em dois tipos: os relacionados à competência e as preocupações sobre equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.

Diferentes percepções

Para os colaboradores no nível mais baixo do pipeline, os dois tipos de preocupações - relacionadas às competências e ao equilíbrio vida-trabalho - são igualmente altos. No entanto, para quem já está em níveis mais altos da hierarquia, diminuem as dúvidas sobre competência e crescem as angústias sobre a falta de tempo para cuidar de si, como mostra o gráfico abaixo. Segundo o estudo, demandas cada vez maiores e complexas geram nesses profissionais o medo de sacrificar a vida pessoal em função do trabalho.

Gráfico Estudo Robert Half-Insper (Foto: Divulgação/Insper)

Para Mário Custódio, diretor da área de recrutamento executivo da Robert Half, esse receio é justificado. "Cada vez mais, os profissionais percebem que, para ser um líder eficaz, não basta apenas ter o conhecimento técnico do cargo. É preciso também ter capacidade para lidar com grandes demandas emocionais e psicológicas."

A pandemia também gerou a consciência de que é necessário separar vida profissional e pessoal. "Apesar dos vários aprendizados com o trabalho remoto, ele trouxe também desafios, ao tornar as fronteiras entre casa e trabalho mais tênues", diz Tatiana.

Qual deve ser então o papel das organizações, em busca de líderes competentes e equilibrados? Segundo Custódio, as organizações precisam criar programas que permitam aos profissionais conhecer mais sobre o próximo nível de carreira. "Pode ser que eles tenham uma imagem distorcida de como serão as demandas no próximo degrau da hierarquia. É preciso que as organizações realmente forneçam informações suficientes para que as pessoas se sintam aptas a subir na profissão", afirma. 

Fonte: Época Negócios

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